A Associação Mundaréu construiu uma metodologia para orientar a criação de alternativas para a inserção dos artesãos no mercado, através da organização de pequenos negócios que possam gerar sua sobrevivência, a partir de sua visão e dos pressupostos adotados, pela organização.

Mas, como pessoas com pouca escolaridade poderão criar e gerir seu próprio negócio? Como resposta a essa questão foi formulado o Programa de Qualificação para Empreendedores, que aborda um conjunto de áreas temáticas que se propõem suprir as lacunas criadas pela ausência de educação formal.

Nos dias de hoje, o empreendedorismo tem se colocado como uma solução para que parcelas da população desassistida, com baixa escolaridade e sem qualificação profissional, consigam uma nova perspectiva, ante o desemprego. No entanto, a possibilidade de ter um negócio próprio, muitas vezes assusta. Os processos de qualificação conseguem deixar mais claro as dificuldades e desafios de empreender. Desse modo, os que fazem essa escolha se capacitam e fortalecem e, os que não se identificam com ela estarão mais preparados, para encontrar outros caminhos.

A Associação Mundaréu adotou como pressuposto que a inserção de produtores artesanais no mercado é uma das opções possíveis, para combater a pobreza no país. As habilidades dos artesãos é o ponto de partida, para a organização de pequenas unidades produtivas. A partir da definição das técnicas a serem utilizadas se desenvolve a qualificação profissional para a organização e comercialização da produção artesanal. Com a eliminação da intermediação predatória é mais viável o aumento dos ganhos, que permitirá aos trabalhadores superar sua situação de miserabilidade.

No caso dos artesões, observa-se que a valorização dos saberes e habilidades, ao lado do estímulo ao desenvolvimento de competências e da valorização dos empreendedores, tem gerado condições favoráveis para a organização de pequenos negócios; o que tem promovido sobrevivência digna para muitos trabalhadores.

O programa tem o objetivo de oferecer um processo formativo de qualidade, habilitando o grupo a organizar seu próprio empreendimento. É composto por Áreas Temáticas que buscam dar conta dos principais desafios a serem superados por pessoas com pouca escolaridade e que nem sempre tem em sua família a vivência de empreender.

Nas atividades desenvolvidas pela Mundaréu, o processo de aprendizagem é fundamentalmente vivencial, onde as abstrações acontecem, em geral, em uma fase posterior, quando o produtor toma consciência do que aprendeu. As abordagens empregadas são sempre interativas, com exercícios práticos, para que se tornem mais facilmente inteligíveis. Palestras teóricas sobre os assuntos não funcionam, a aprendizagem se dá mesmo no fazer, no dia-a-dia, na busca de soluções para os problemas que se apresentam.