Empresas assinam parceria para promover igualdade de gênero
Mais de 50 empresas, ONGs e representantes do poder público lançaram hoje, em São Paulo, o Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher. A ação pretende discutir e incentivar projetos que promovam a igualdade entre os gêneros não só dentro das empresas participantes, mas também nas comunidades em que elas estão presentes e na sociedade em geral.
O projeto, que se baseia nas diretrizes do documento “Princípios de Empoderamento das Mulheres”, escrito pela ONU e que tem como lema “igualdade significa negócios”, é uma iniciativa do Walmart desenvolvida com o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e da ONU Mulheres, braço da Organização das Nações Unidas que fomenta a igualdade entre os gêneros.
Segundo o CEO do Walmart, Marcos Samaha, as 36 empresas signatárias – entre as quais estão Unilever, Pepsico, Johnson & Johnson e Magazine Luiza – já possuem algum tipo de iniciativa para igualar a participação feminina à masculina no ambiente de trabalho ou na sociedade. Com o acordo, o objetivo é expandir essas práticas para os demais fornecedores do Walmart, promover inclusão social em comunidades e realizar projetos de comunicação para a sociedade em geral, como campanhas de qualificação e valorização da imagem da mulher. As empresas ligadas ao setor de varejo, que representam 70% dos participantes, assinaram também uma série de compromissos específicos que têm como meta gerar impacto positivo em 100 mil mulheres até 2015 e aumentar o número de lideranças femininas.
As organizações participantes devem se reunir regularmente para discutir projetos de empoderamento de mulheres e formas de implementá-los e o primeiro encontro está previsto para o começo de dezembro. O movimento está aberto a qualquer empresa ou instituição que compartilhe os princípios propostos pelo documento.
Para a sub-secretária de planejamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Tatau Godinho, a iniciativa é importante para avançar a discussão de mudanças no padrão das relações de trabalho, o que beneficiaria os negócios de uma forma geral. “Criar mecanismos de autonomia para mulheres gera independência econômica”, explica.
Um dos principais desafios apontados pelos participantes é o conceito enraizado de que as mulheres devem assumir as responsabilidades em casa, além do trabalho profissional. “É preciso acabar com o paradigma de que a mulher deve ser responsável pelo cuidado e os homens, pelo trabalho”, explica Amalia Fischer, socióloga fundadora do fundo de investimento social ELAS, uma das organizações parceiras.
Letícia Arcoverde | Valor
Matéria extraída do site Valor
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