Os dados apresentados são fruto de uma pesquisa realizada pelo IFAT, atual WFTO, entre 2004 e 2005, em 25 países europeus [1].

Os produtos do comércio justo são oferecidos em cerca de 79000 pontos de venda em toda a Europa. São produtos da África, Ásia e América Latina, e em sua maioria (70%), de supermercados. As lojas especializadas em fair trade estão nos seguintes países:

  • Alemanha (800)
  • Itália (500)
  • Holanda (412)
  • Suíça (300)
  • Bélgica (295)
  • França (165)
  • Inglaterra (100)
  • Áustria (100)
  • Espanha (95)
  • Suécia (35)
  • Finlândia (25)
  • Portugal (9)
  • Irlanda (6)
  • O resultado de vendas anuais do comércio justo no mundo, em 2005, no varejo, foi da ordem de 1,42 bilhões de Euros. O que representa um crescimento de 20% ao ano. Foram beneficiados cerca de 1 milhão de agricultores e trabalhadores em mais de 50 países.
  • O total de vendas na Europa representa um pouco menos da metade do total, cerca de 660 milhões de Euros. Os principais produtos comercializados são banana, que representa 62,2% do total e o café, com 26,9%. Estima-se que o artesanato represente um pouco menos de 10% do total.
  • Existem cerca de 2800 world shops (lojas de comércio justo na Europa) e a maior parte das pessoas que atuam nelas formam um contingente de 100 000 voluntários.
  • Os segmentos como algodão, plantas, confecção e a cadeia têxtil são apontados como potenciais no mercado do comércio justo.
  • França e Inglaterra têm aumentado seu interesse pelo segmento de moda do comércio justo.
  • Alemanha e Inglaterra são os países que mais consomem produtos do comércio justo.
  • Existem cerca de 79 000 pontos de venda de produtos do comércio justo em 25 países da Europa, sendo que 72% são supermercados.
  • Desde fevereiro de 2001, as lojas MacDonalds na Suíça vendem somente café do comércio justo.
  • A sede do Banco Mundial serve café do comércio justo.

 

O artesanato no mercado externo:

Algumas organizações têm expressado sua preocupação com relação à estagnação e mesmo a diminuição das vendas de artesanato. Informações de especialistas do setor afirmam que artesanato e decoração teriam chegado ao seu limite de mercado. A produção atual se dá através de produção espontânea, sem desenvolvimento direcionado, e limitado ao público das world shops.Há necessidade de mudança estratégica no ramo do artesanato.

Um informativo da Iniciativa Nacional da Holanda faz sugestões nesse sentido, indicando a necessidade de maior variedade de produtos, quantidade maior de produtos adaptados à demanda e de produtos originais. Este é o direcionamento para todo o setor de artesanato e objetos de decoração, não somente no segmento de Fair trade. Uma pesquisa do CBI – Centre for Imports from Developing Countries, na Holanda, aponta também na mesma direção e sugere dois segmentos de mercado em que, produtores de objetos de decoração e presentes de países em desenvolvimento, poderão competir:

  • Artigos de valor étnico original.
  • Produtos decorativos e utilitários adaptados às exigências do mercado.

O primeiro segmento é significativamente menor, mas há um aumento na busca de objetivos únicos e com um toque emocional e pessoal, para o qual os consumidores europeus estão dispostos a pagar mais caro. No entanto, a maioria não dá importância à origem dos produtos e, por isso, muitos são copiados, sendo muito mais baratos na China, com exceção das world shops.

Para o segmento de artesanato é importante sair dos limites das world shops e se posicionar no mercado convencional, por força de diferenciais como, design, caráter étnico e qualidade.

É importante observar que o consumidor é um parceiro fundamental do comércio justo. Sua consciência sobre os diferencias dos produtos e sobre o seu poder na hora da escolha faz com que o trabalho com os consumidores tenha fundamental importância no sucesso do fair trade.


[1] Fair Trade in Europe 2005- facts and figures on fair trade in 25 European countries. A survey prepared by Jean-Marie Kries and published by FLO, IFAT, NEWS!, and EFTA.

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